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Fundador: Marcelo de Souza Lerina
Casal raíz: José Antônio de Souza (Zeca) (1845) e Maria Barcellos (1848)
Local de referência: Estância do Sobrado - Lavras do Sul - RS - Brasil

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  • Marcelo de Souza Lerina

    Hipólito José de Souza

    Havia gente reunida defronte ao Cabildo na cidade de Buenos Aires. Ali era ministrada Justiça. Entre os casos julgados naquele dia, estava o relacionado aos “brasileños” Hipólito José de Souza e de um outro lavrense, seu amigo, que eram prisioneiros após uma das muitas refregas que envolveram os descendentes de portugueses e espanhóis na América Latina.

    Buenos Aires necessitava de muitos soldados para se manter. Lutavam com os luso-brasileiros nas fronteiras e travavam uma guerra difícil contra os índios que, no passado, haviam destruído a primeira povoação do lugar. Para conseguir soldados usavam artifícios como diversões públicas, carreiramentos e bailes onde “voluntários“ eram buscados para manter o poder espanhol no Prata.

    Assim foi fácil entender “la proposicion”, anteriormente, feita pelo magistrado aos dois lavrenses prisioneiros. Eles receberiam a liberdade, se trouxessem vivo ou morto, um malfeitor que infernizava a vida dos cidadãos rio-platenses. Era um assassino que, apesar das muitas tentativas para aprisioná-lo, continuava livre. Hipólito José e seu companheiro aceitaram o desafio. Cumpriram com o trato e receberam a liberdade. Ao saírem maltrapilhos e barbudos da audiência no Cabildo, eram olhados com respeito e admiração. Tinham resolvido um problema “porteño” e, agora, com recursos mínimos empreenderam uma viagem de mais de cem léguas para chegarem de volta aos pagos. Usaram toda perícia de gaúchos teatinos para sobreviver e engolir distâncias. Vieram boleando cavalos e os substituindo, comendo carne de gado “alleno” e mal passada. Levaram muito tempo acampando e galopando pelo pampa. Atravessaram a nado muitos rios, enlameando-se em banhados traiçoeiros. Sempre que possível, evitavam encontros com grupos armados e com índios.

    Conseguiram chegar a Lavras. O que não era mais esperado e algumas roupas pretas, de luto, voltaram para os baús.
    Hipólito José de Souza, filho de José Hipólito Freitas de Souza, passara por provações sem igual, mas estava de volta. Pobre de bolso, rico em experiência e pronto para enfrentar o futuro sem ter que se preocupar com o passado. Era um homem de estatura mediana, gestos comedidos, olhos claros, face avermelhada pelo sol e pelo vento, humilde de suas façanhas. Fazia histórias sem gostar de contá-las.

    Os Souza e os Freitas eram a mesma gente e, segundo os mais antigos, descendiam de holandeses com portugueses. Mais especificamente, houvera um marinheiro holandês que se aquerenciou no antigo Continente de São Pedro do Rio Grande do Sul e que foi o primeiro Hipólito, nome tantas vezes repetido entre seus descendentes. Ocorreu, em certo momento, uma desavença entre os irmãos José Hipólito Freitas de Souza e Benigno José de Freitas. Desde então, os descendentes de José Hipólito passaram a ser Souza e os de Benigno, Freitas.

    Hipólito José de Souza, após suas guerras, estava pronto para sentar a cabeça e construir família.
     
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