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Site criado em 02/11/2010
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Plano: Pacote Ilimitado - Validade indeterminada
Fundador: Marcelo de Souza Lerina
Casal raíz: José Antônio de Souza (Zeca) (1845) e Maria Barcellos (1848)
Local de referência: Estância do Sobrado - Lavras do Sul - RS - Brasil

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  • Marcelo de Souza Lerina

    Dona Maurícia

    No século XVIII, quando distribuíam sesmarias, usava-se a expressão “nas fronteiras do município de Rio Pardo” já que este centro urbano e militar se constituía no último bastião português seguro e sediava um dos quatro municípios do Continente de São Pedro do Rio Grande do Sul.

    Em 1796, o Conde de Rezende concedeu a Jerônimo Silveira Goulart uma sesmaria com duas léguas de comprimento e uma de largura (uma légua é uma medida itinerária equivalente a 6.600 metros). Rezava a concessão que os campos ficavam na fronteira do município de Rio Pardo. A sesmaria limitava-se ao norte, com o arroio que separava os campos de Gabriel Ribeiro; ao sul, com vertentes de um arroio que nasce da Coxilha Grande e ao leste, com vertentes de outro arroio que vem de Baberaquá, dividindo os campos do já referido Gabriel Ribeiro.

    Sucedeu a Jerônimo, seu filho José Silveira Goulart, que casou duas vezes. Do primeiro casamento com Gertrudes Rosa, nasceu o filho, também, chamado José. Do segundo, com Anacleta Maria da Conceição nasceram três filhos: um outro José, Felisberto e Manoel. Anacleta ficou viúva e inventariante. Por força de decisão judicial foi constituída tutela do menor José, filho do primeiro casamento e, portanto, órfão de pai e mãe. Esta tutela foi substituída e depois revogada quando era tutor, João Teixeira de Magalhães. A última decisão judicial foi a pedido do próprio José Silveira Goulart que atingira a maioridade. José, então, maior herdeiro do avô Jerônimo, casou com Maurícia, vindo a morrer logo depois.
    Pouco de sabe sobre a origem de Maurícia. É certo que nascera próximo de Lavras e que, provavelmente, provinha da família Rocha.

    Entre os Souza mais antigos, era comum, quando alguma criança estava irritada, comentar: “Hoje os Rocha estão brabos”.
    Maurícia conservou para sempre o sobrenome Silveira Goulart e não abandonou suas terras ao ficar viúva. Ao contrário, buscou administrá-las com proveito. Tempos depois, casou-se com um castelhano mas, como no primeiro casamento, não tivera sorte. Perdeu o marido e da união não nasceram filhos.

    Viúva pela segunda vez, ela continuava lutando para administrar seus campos em plena primeira metade do século dezenove. Isto não chegava a causar admiração maior. As guerras consumiam os homens e as atividades destes, em tempo de paz, eram tropeadas, carreteadas ou outras tarefas com deslocamentos. Que empurravam as mulheres para a administração das estâncias, além de cuidar da casa e da educação dos filhos. Surgiram, nos pampas, exemplos de matriarcado sem alardes, sem desafiar o machismo tão decantado.
     
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